“Meta é Ficar Milionário”: PMs do Rio são alvos por integrarem o Novo Escritório do Crime

Os fundadores do Escritório do Crime: Capitão Adriano, tenente João e o ex-PM Batoré — Foto: Reprodução

“Meta é Ficar Milionário”: PMs do Rio são alvos por integrarem o Novo Escritório do Crime

Policiais militares do Rio de Janeiro foram flagrados em áudios comprometedores que revelam seu envolvimento com uma organização criminosa apelidada de "Novo Escritório do Crime". Os PMs, segundo o Ministério Público, participavam de execuções e atividades milicianas com o objetivo de enriquecimento ilícito.

Diálogos revelam ambição milionária e ações de extermínio no “Novo Escritório do Crime”

O policial militar Bruno Marques da Silva, um dos principais alvos de uma operação realizada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) na última quinta-feira (15), foi flagrado em áudios reveladores que o ligam a uma célula do crime organizado. Os áudios foram interceptados pelo MP e trazem declarações fortes que associam o PM a um grupo de extermínio e milícia, identificado como o “Novo Escritório do Crime”.

Em uma das conversas, Bruno desabafa com colegas sobre o excesso de missões que vinha realizando, deixando claro que suas ações eram motivadas por ganância financeira:

“Não tô vivendo mais não. Às vezes eu deixo de marcar minhas coisas, de resolver minhas coisas porque p#rr@, eu marco um bagulho e aí toda hora tem missão. A meta é ficar milionário!”, revela o áudio.

Esse conteúdo demonstra, segundo o MPRJ, o nível de organização e objetivos financeiros claros por trás das ações criminosas do grupo.

Execuções atribuídas ao grupo

O Ministério Público aponta que o grupo liderado por Bruno está diretamente ligado a pelo menos duas execuções em 2021:

• Fábio Romualdo Mendes, executado dentro de seu carro com diversos disparos, em setembro de 2021, no bairro Vargem Pequena, Zona Oeste do Rio.

• Neri Peres Júnior, morto com tiros de fuzil em 4 de outubro de 2021, em Realengo, também na Zona Oeste.

PM assume ser miliciano

Outro trecho do material captado revela Bruno assumindo orgulhosamente sua dupla identidade como policial e membro de milícia, reforçando a ligação entre forças de segurança e o crime organizado:

“Sou milícia e sou polícia, f*-se eles**”, afirma em outro áudio interceptado.

Dados complementares

• O grupo investigado é uma ramificação moderna do antigo Escritório do Crime, milícia envolvida na morte de Marielle Franco.

• A operação do MPRJ envolveu mandados de prisão e busca e apreensão em diversos pontos da cidade.

• Bruno é conhecido no meio criminoso como “Bruno Estilo”.

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